Belfort Duarte: o prêmio máximo da disciplina

Historia

O prêmio Belfort Duarte foi criado em 16 de agosto de 1945 pelo extinto Conselho Nacional de Desportos e instituído em 1 de janeiro de 1946, destinado a jogadores de futebol, amadores ou profissionais, que tivessem em suas respectivas carreiras ao menos duzentos jogos oficiais ao longo de no mínimo dez anos, e que não tivessem sido explusos em nenhum jogo. Esses jogadores recebiam um diploma, uma medalha e uma carteirinha que concede entrada gratuita em qualquer estádio de futebol no Brasil.

João Evangelista Belfort Duarte, mais conhecido por Belfort Duarte (1883-1918) foi um futebolista brasileiro e um dos fundadores da Associação Atlética Mackenzie College, primeiro clube brasileiro verdadeiramente de brasileiros, pois as grandes equipes na época eram de ingleses. Belfort Duarte pregava respeito total aos adversários, e até denunciou um pênalti cometido por ele mesmo e que o juiz não havia visto.

Em Santa Catarina somente quatro atletas receberam o “medalhão” símbolo da disciplina:

Arécio Ávila dos Santos: Fez parte da equipe do Campeonato Estadual de 1949 pelo Grêmio Esportivo Olímpico – ano em que o clube foi campeão – ao lado de Aduci, na zaga do clube Grená. Esteve na seleção catarinense de 1944 que perdeu para o Paraná por 2X1, valendo pelas disputas do campeonato brasileiro de seleções. Em 1946 formando dupla com Fatéco, a seleção barriga-verde empatou em 2X2 no Adolpho Konder diante do Paraná. Em solenidade realizada na sede do Olímpico recebeu o prêmio Belfort Duarte no dia 3 de dezembro de 1960. Estiveram presentes Osni Melo, presidente da FCF e Heitor Ferrari, do Conselho Regional de Desportos.

Altamiro Silveira (Mirinho): Iniciou sua carreira prematuramente aos 16 anos de idade, atuando pelo Barriga-Verde em 1930. Em 1932 transferiu-se para o Tamandaré. Em 1941 passou pelo Iris e no ano seguinte para o Figueirense. Nos anos de 1943 e 1944 permaneceu no Crispim Mira, indo em 1945 para o Atlético onde ficou até 1947. Voltou ao Figueirense em 1948 para em 1949 retornar ao Clube Atlético Catarinense, encerrando sua carreira em 1955 com uma morte prematura aos 40 anos de idade. O prêmio máximo esportivo de disciplina foi recebido pelo irmão Osvaldo Silveira em solenidade, na sede da FCF, então presidida por Osni Melo.

Antônio Motta Espezim (Tonico): Nasceu em Florianópolis em 13 de fevereiro de 1914. Transferiu-se ainda pequeno para Mafra onde começou a jogar no infantil do Corintians. A seguir passou para o Tupy Ferroviário onde conquistou o título de vice-campeão do Estado, em 1939. Antes havia sido campeão serrano pelo clube em 1936. Integrou a seleção catarinense que derrotou pela primeira vez a do Paraná por 3X2 no ano de 1939 em jogo válido pela disputa da Taça Nereu Ramos. Ingressou no futebol paranaense em 1940, no Coritiba, levantando o bicampeonato Estadual de 1946 e 1947. Jogou também pela seleção paranaense por diversas vezes, chegando a ser convocado para formar a seleção brasileira para os jogos pela disputa do campeonato Continental em Montevidéu. Realizou mais de 80 jogos sem punição, atuando durante oito anos. Coube à Federação Paranaense de Futebol organizar e efetuar a festa de entrega do “medalhão”.

José Abilio Machado (Sanford): Cumprindo 200 jogos sem sofrer qualquer tipo de punição, o atleta Sanford começou sua carreira esportiva jogando pelo Crispim Mira F.C. aos 16 anos. Quando completou a idade para a prestação de serviço militar ingressou na Base Aérea de Florianópolis (Aeronáutica), onde passou a formar no ataque do clube das Águias. Em seguida ingressou para o Paraná, jogando pelo Coritiba em 1948. Lá também foi chamado para vestir a seleção do Estado. Passou pelos gramados cariocas onde serviu ao Fluminense. Encerrou sua carreira no Clube Atlético Paranaense em 1955. O prêmio foi entregue pelos dirigentes da F.P.F. em solenidade na própria sede da entidade paranaense.