
No ano de 1944 chegaria novamente a vez de o rival do Olímpico, chamando-se agora Palmeiras EC, chegar à decisão estadual contra o Avaí. Apesar dos esforços do Palmeiras o time, que tinha Teixerinha como o seu maior astro, acabou perdendo, sendo goleado por 11×1.
A partir de então o jejum branco-grená persistiu durante cinco anos. Em 2 de dezembro de 1944, o Estádio da Alameda foi palco para o eterno inimigo quase ceder ao Olímpico mais um título, com um empate em 2 a 2 diante do Guarani (ex-América). No entanto a equipe da casa perdeu por 5×2.
Em 1945 mais uma amarga derrota na decisão contra o Palmeiras. Além do placar de 4×1, o Olímpico perdeu dois pênaltis, quando poderia virar uma partida em que jogava melhor. O mesmo ocorreu em 1946, com o jogo realizado em 12 de janeiro de 1947. O clássico final foi vencido pelo Olímpico, mas sua campanha não havia correspondido à altura, de maneira que o placar de 3×2 conseguido foi apenas para cumprir a tabela.
O novo nome parecia ter trazido um feitiço para o clube da Alameda Rio Branco. Sua diretoria procurava de todas as formas achar um porquê dos insucessos obtidos nos três primeiros anos em que o Olímpico assim se chamava. O Palmeiras repetia novo o título, mas voltava a perder o estadual, depois de duas derrotas para o América de Joinville.
O Olímpico voltou a disputar o campeonato de 1948, mas novamente não conseguiu chegar ao título estadual. Esse caminho seria atingido pelo Olímpico na campanha seguinte, conseguindo trazer o primeiro título estadual para Blumenau.
O Grêmio Esportivo Olímpico tinha retornado em 1948, disputando o Super, mas não conseguindo vencer o campeonato da LBD (Liga Blumenauense de Desportos). O presidente Arnaldo Xavier conseguira para 1949 montar uma equipe combativa, com poucos reforços de fora, mas com a garra de ex-juvenis, além da experiência de alguns remanescentes da equipe vice-campeã de 1943.
No campeonato da LBD, que começou em 29 de maio, o Olímpico conseguiu vencer o Carlos Renaux, de Brusque, no Estádio da Baixada. No entanto foi derrotado em 5 de junho pelo outro representante de Brusque, o Paisandú por 3×2 no vizinho município. Jogando em Gaspar, no Estádio Carlos Barbosa Fontes, a equipe então dirigida pelo técnico José Pera venceu por 4×0.

Depois de nova vitória sobre o Guarani por 5×2 chegou o tão esperado clássico da idade (na época comparado com um Fla-Flu, do Rio de Janeiro), vencido pelos alvi-rubros por 4 a 2. Apesar da vitória sobre o Guarani por 3×1 no início do returno, nas duas partidas seguintes toda a fome de gols decairia para o Olímpico. Em Brusque empatava com o Carlos Renaux, em 0x0, e não passando pelo mesmo marcador diante do Paisandú, em plena Baixada Grená.
Os resultados estavam difíceis e o campeonato da LBD poderia estar perdido se não fosse a má campanha dos demais concorrentes. Na partida seguinte o Olímpico voltou a vencer, mas apenas por 3×2 sobre o Tupy. Perdeu na fase decisiva para o Carlos Renaux por 4×3. As esperanças do time foram retomadas após a vitória no “Eterno Clássico”, diante do Palmeiras por 3×1, com gols de Juarês, Renê e Nicolau, descontando para o alviverde o jogador Jonas.
Festa na Baixada
O Olímpico recuperara o título conseguido em 1943, depois de vencer uma melhor de três com o Paisandú, de Brusque. Vencendo o campeonato da LBD, em 1949, coube ao clube o direito de disputar com as demais regiões a posição de finalista como campeão do Continente contra o da Ilha de Santa Catarina, disputado entre os times Paula Ramos, Figueirense e Avaí. Naquele ano repetia-se a história de 1943. A equipe de Blumenau era dirigida agora por Carlos de Campos Ramos, conhecido como Leléco.
Para chegar ao título máximo estadual, o Olímpico teve que passar pelo Atlético de São Francisco do Sul, campeão da Liga Joinvilense. No primeiro jogo, na Baixada, conseguiu vencer por 4×2, com gols de Nicolau, em 12 de março de 1950. Uma semana mais tarde, em São Francisco do Sul, os dois adversários voltavam ao confronto, e o Olímpico acabava com o Atlético, em uma vitória de 3×2, gols marcados por Nicolau, Juarez e Renê.
O próximo passo seria vencer o Juventus de Porto União. Nos dias 26 de março e 2 de abril, ganhou por 5×2 em Blumenau e 5×1 no reduto adversário. Novamente o Olímpico voltaria a decidir com o Avaí, disposto a devolver o amargor da derrota na decisão de Florianópolis, em janeiro de 1944.
Na primeira partida os grenás fizeram 6×1, no dia 30 de abril, no Estádio da Alameda, com gols de Juares (2), Nicolau, Renê, Walmor e Testinha. Era vez agora da segunda partida. Um jogo para lotar o estádio Adolfo Konder, em Florianópolis.
Uma história que vale a pena lembrar
A equipe do Olímpico estava convicta que pelo menos um empate poderia conseguir em Florianópolis. Os seus jogadores não mudaram suas rotinas na semana que antecedia a grande decisão. Além dos treinamentos alguns jogadores cumpriram normalmente seus expedientes nas empresas em que trabalhavam. A delegação blumenauense viajou, apesar de tudo desolada para Florianópolis, pois recebia a notícia de que a brilhante equipe italiana do Torino, detentor do Scodetto base da Seleção da Itália, a “Squadra Azurra”, havia morrido em um acidente aeroviário.
Hora da decisão. Florianópolis havia preparado uma enorme festa, que iniciaria no momento em que os jogadores avaianos entrassem em campo. Depois do festivo ingresso da equipe da casa no gramado, sob vários foguetes, entrou o Olímpico vaiado. Um minuto de silêncio em homenagem aos jogadores do Turino. O público proporcionou a renda recorde de Cr$ 20.000,00.
O Avaí parecia ter entrado mais disposto, mas logo o Olímpico impôs seu jogo. A zaga, formada por Aducio Vidal e Arécio, se impôs logo na marcação dos atacantes do time da capital, proporcionando assim uma tranqüilidade maior para os atacantes blumenauenses investirem, e no primeiro ataque, aos 7 minutos, marcar o primeiro gol da tarde. Testinha consegue um bom arremesso contra a meta defendida pelo então melhor goleiro do estado, Adolfinho, com Juarês completando. O mesmo atacante, em questões de minutos alteraria o placar, em jogada pessoal, driblando o goleiro adversário. A sorte do Olímpico estava praticamente decretada, de maneira que seus jogadores procuravam apenas administrar a vantagem.
O Avaí chegou a descontar através de Jair, aos 19 minutos, em uma falha impressionante de Oscar. A equipe da capital, logo em seguida chegou a empatar aos 28 minutos, mas o árbitro, Arthur Lange, da Liga Joinvillense, anula, alegando irregularidades.
O Avaí tenta de qualquer maneira chegar à igualdade no marcador. Porém, aos 38 minutos, em uma jogada de Renê, o Olímpico marca novamente através de Testinha, de cabeça. Apesar da boa vantagem o jogo não estava terminado. Logo em seguida ao terceiro gol, Niltinho poderia marcar para o Avaí, mas Aducci coloca a mão na bola. O técnico Avaiano, Oswaldo Meira, determina a cobrança através de Bentevi, mas o goleiro Oscar defende.
Na segunda etapa o jogo caiu de ritmo. No início algumas boas jogadas do Avaí, que até aos 20 minutos foi perdendo o domínio de jogo, com o zagueiro Aducci presente junto com Arécio, constituindo-se ao lado de Juarês na melhor figura do jogo.
Finalmente o Olímpico acabou com todas as esperanças da equipe da Capital aos 20 minutos do segundo tempo, em mais uma boa triangulação de Testinha, Renê e Juarês, completando s goleada de 4×1 no campo adversário. Finalmente uma equipe de Blumenau, depois de várias lutas travadas ao longo de três décadas conseguia um título estadual. O Olímpico consegue o empate em Florianópolis e trás o título a Blumenau.

HERÓIS DE 1949
– Oscar Meyer: goleiro
– Aducio Vidal (Aducci): zagueiro
– Arécio Ávila dos Santos: zagueiro
– Arthur Jaeger: zagueiro
– Curt Jaeger: zagueiro e meia-esquerda
– Amauri Pacheco (Pachequinho): meia-direita
– Honorário Meyer: centro-médio
– Jalmo Hipólito da Silva: meia-esquerda
– Eli Rosa (Testinha): ponta-direita
– Nicolau dos Santos: meia-dreita
– Juares Teixeira: centro-avante
– Walmor Belz: meia-esquerda
– Moacir Massita Werner: meia-esquerda
– Reenê Mapelli: ponteiro direita
– Genézio da Silva (Cabeleira): ponta-direita
– Waldir Luz: goleiro
– Técnicos: José Pera até o final do Campeonato da LBD e Carlos de Campos Ramos (Leleco) a partir da melhor de três contra o Paisandú na decisão do campeonato regional até a final diante do Avaí
– Presidente: Werner Eberhardt
FICHA DO JOGO
Avaí
Adolfinho, Honduras,Danda, Guido, Boos, Jair,Bentevi, Britinho, Niltinho e Saul. Técnico: Oswaldo Meira.
Olímpico
Oscar, Aducci, Arécio, Pachequinho, Honório, Jaeger, Testinha, Nicolau, Juares, Walmor e Renê. Técnico: Carlos de Campos Ramos (Leleco).
Arbitragem
Arthur Lange.
Gols
Juares (7 e 9 minutos do 1º tempo), Testinha (38 minutos do 1º tempo), Juares (20 minutos do 2º tempo), Jair (19 minutos do 1º tempo).
Renda
Cr$ 19.751,00